terça-feira, 23 de novembro de 2010

Greve?

"Greve que pode custar 500 Milhões de euros" na SicN. São menos 500 Milhoes de euros que nos entram no bolso. Boa.

3 comentários:

  1. Miguel, a greve não serve para "gastar dinheiro" ao Estado. Serve sim para demonstrar o descontentamento de uma população que se vê cada vez mais desmoralizada por viver num país que só abandona quem mais precisa... Não foram as pessoas que agora vão ver os seus salários cortados (sem um fim à vista) que levaram o País à crise, mas sim a má gestão e mau Governo. Quem paga são sempre (infelizmente) os mais fracos.
    A greve é um chamar de atenção, um sinal de aviso. Trabalhadores que prescindem daquele dia de salário (que será dinheiro importante perdido) em nome de uma causa maior.
    Um País em que os trabalhadores estão desmotivados nunca será capaz de sair da regressão económica, são precisos incentivos e os cortes do Estado deveriam ter sido feito há muito mais tempo, antes da situação se agravar, e nos sectores que realmente prescindiam desses investimentos.
    Ou não estarás tu também a pensar para que País te irás mudar quando acabares o curso? Por muito que gostemos de Portugal por agora a ideia de prosperidade só se encontra além fronteiras...há que lutar contra isso.

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  2. Claro que a greve não serve para gastar dinheiro ao estado mas facto é que acaba por custar muito (segundo o que ouvi na SicN 500 M). É uma chamada de atenção para um problema que todos já sabem existir e que, melhor ou pior (e eu acredito que pior), se tenta resolver. Fazer greve, nesta altura do campeonato, só dificulta aquilo pelo que se luta (e muito legitimamente se luta): melhores condições de trabalho, mais trabalho, etc.. Daí não concordar com a iniciativa. Não vejo como é que a greve consiga motivar um país, ainda para mais quando muitas das palavras de ordem apontam no sentido da não-construção.
    Não foram as pessoas que pouco ganham que nos fizeram entrar na crise (e não estou a dizer que eu é que saberia como tirar-nos de cá) mas, agora que estamos aqui tão enterrados é preciso agir. Dizer que os "ricos" não pagam a crise também é uma falácia. Exclusivamente maldizer dos B.A., J.M., A.M., etc tambem me parece pouco justo uma vez que empregam e produzem muito em Portugal.
    Eu que tenho a sorte de ter uma vida relativamente folgada sem que para isso muito me tenha esforçado (quem o fez foram os meus pais) também aperto o cinto e bem apertado!
    Não acredito que o problema resida no modelo ou na estruturação da nossa vida politica e económica. Acredito que o problema resida na incompetência/indiferença de quem viu isto tudo chegar e nada fez. E neste grupo lato (apesar de noutra escala) podem-se incluir pessoas que votaram neste nosso PM pela 2ª vez (e que certamente aderiram à greve também).
    Caro anónimo, pedia só que, por gentileza, em futuras ocasiões se identificasse e agradeço o comentário/contributo!

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  3. Ainda para o amigo anónimo:
    Do meu ponto de vista, e reforçando o ponto do Miguel, esta greve não serve os interesses da maioria da população. Primeiro, as pessoas que a promovem banalizaram a "greve" enquanto instrumento de reclamação. A greve deverá ser de facto uma maneira disruptiva de demonstrar o ressentimento contra determinadas políticas, mas a CGTP e a UGT têm utilizado este instrumento para forçar as suas lutas na sociedade, com requerimentos impossíveis a qualquer governo em nome de quem representam (na sua maioria, os trabalhadores públicos, que são o tipo de trabalhadores mais protegidos de Portugal). E veja, sou completamente contra a linha política do Governo, mas não posso concordar com uma greve que acontece pelas razões erradas. A minha maneira de reclamar foi votar contra Sócrates nas eleições, tal como o Miguel. Quantas das pessoas que aderiram à greve não votaram nele?
    Segundo, a questão é, esta greve foi para quem, para quê? Porque uma coisa é impossível neste OE: que se mantenha ou aumente a despesa sem aumentar os impostos (e vice versa). Parte desta greve foi sobre o cortes em salários públicos e despedimentos (lado da despesa). Tudo bem, é uma reclamação legitima. No entanto, foi também sobre o aumento de impostos (lado da receita). Percebe a contradição? O que eu deduzo então é que a greve foi pela manutenção do status quo que imperou até hoje: gastamos demais para o que produzimos, então pedimos emprestado. O problema é que a realidade apanhou-nos: o risco de default é tão grande que já não nos emprestam assim. Para mim, a solução seria ir cortar ainda mais do lado da despesa, do que aumentar os impostos. Para a CGTP e a UGT, e a maioria pessoas que aderiram a esta greve, é ir buscar mais a uma realidade paralela que já não existe!

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