segunda-feira, 12 de abril de 2010

Bom senso?

PPC, no congresso de tomada de posse, falou sobre justiça social, sobre distribuição de rendimentos, sobre subsídio de desemprego. Falou sobre o papel do estado em Portugal. Falou que tem que existir solidariedade de parte a parte, quando se trata das pessoas que tiveram o azar (involuntário ou pedido) de viver à conta do estado (e bem) pelos subsídios. Falou sobre a solidariedade intrínseca que existe neste acto. Pediu reciprocidade, pelo trabalho, dos desempregados. Claro que todos os descontos para a segurança social nos devem garantir uma folga quando estamos apertados mas pedir a quem não tem emprego se levante da cama para ir trabalhar não é pedir muito. Alias, é sugerir algo de bom para todos. Não se fica em casa à frente da TV (que está por pagar) a entrar em depressão mas sai-se de casa e põe-se o rabo a mexer para a sociedade. É bom, pode conferir o sentimento de utilidade, pode ser produtivo, além do mais.
Mas depois claro que aparecem comentários como "Passos Coelho virou as baterias contra os pobres e os desempregados". Alguém consegue encontrar sentido nisto? É preciso ginástica mental para tal concluir do discurso acima descrito ou então é preciso ser do contra...
Acho que não corro o risco de ser tão inflexível como o reincidente autor do texto "linkado" mas a sério que não percebo nem o sentido, nem o tom moralista, nem a autoridade, nem os +/- 10%, nem a cabeça, nada.
Ainda bem que sou humilde...

tj

5 comentários:

  1. Miguel,
    crio que estás a correr o mesmo risco de Daniel Oliveira... Condesso que já tinha lido o texto dele, e não concordando na totalidade - ele correu o perigo das generalizações - penso que num discurso de recém "empossado" líder, não seria de todo o tema mais importante a referir num discurso de encerramento dum Congresso (no entanto, não tenho dúvidas que tenha tido um claro objectivo político).
    Sendo certo que reconheço muitas fragilidades quer nos subsídios de desemprego, quer no rendimento social de inserção, generalizou-se neste país que são todos uns "malandros" que não querem trabalhar... trabalho com este "público" e sou a primeira a ser uma crítica feroz relativamente a determinadas atitudes de certos "subsidiários", mas posso garantir pela minha "amostra" (que vale o que vale) que não é algo que se generalize. E acho muito perigoso que o discurso político passe por aí, porque de facto custa-me imenso ver a quantidade de impostos que pago todos os meses, mas parece que se anda a criar um sentimento de grande intolerância por muitos que querem trabalhar e não conseguem. E há quem queira mesmo...

    Um beijinho e parabéns pelo Blogue,

    Joana Roldão

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  2. Ok, estou a reler e há uma série de gralhas!!!
    Onde se lê "Crio", deve ler-se "Creio"; onde se lê "Condesso", deve ler-se "Confesso".

    Beijinho!

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  3. Olá Joana!! fico mt contente por saber que passas por cá.
    Os imposto que pagamos são para distribuir e para esbater as injustiças. concordo plenamente que assim deva ser. Quem não consegue encontrar emprego deve ser subsidiado. A situação pode ser psicologicamente devassador e neste sentido acredito que a reciprocidade de soledariedade pedida é boa! Tira as pessoas do sofá e põe-nas a sentirem-se úteis. Não digo isto sem conhecimento de causa: tive o azar de seguir o desemprego cá em casa (mas por outro lado tive a sorte de não passar por dificuldades económicas) e é, de facto, pesado.
    Não me interpretes mal quando escrevo "(...) viver à conta do estado (e bem)(...)"
    Quero com isto dizer que acredito ser certo dar subisdio de desemprego, não escrevi no sentido de viverem bem consigo, com o subsidio!
    Nos entantos, acho legítimo falar de um dos maiores problemas de Portugal no congresso. Ouvi esta parte e o tom com que se tocou no assunto foi muito positivo. Falou-se disto com esperança, não com um dedo apontado aos desempregados preguiçosos, que tb existem, claro.
    Não sou fã do PPC, mas neste assunto concordo com ele. Sei que corro o risco de ser inflexível em muitas coisas mas acho, sinceramente, que esta aposta pode ser boa para os desempregados empenhados e para os preguiçosos

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  4. Vai aparecendo e comentando que tenho muito gosto nisso, mesmo que as ideias divirjam! Espero que esteja tudo em ordem, bj

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  5. Prometo que sim, vou aparecendo e prometo principalmente que as ideias vão divergir algumas vezes (não sempre!).
    Percebo o que dizes e, em larga medida, concordo. No entanto, não posso deixar de discordar de PPC, até porque me pareceu que um de nós não o terá interpretado bem, uma vez que, concordando contigo, não concordo com ele. É certo também que as notícias neste país são dadas de tal forma que induzem as pessoas em erro (vi esse dicurso num telejornal - penso que na Sic) e logo na apresentação da notícia disseram qualquer coisa como "PPC defende que os desempregados a receber o subsídio de desemprego devem fazer serviço cívico" o que me pôs logo a pensar que o senhor andava a defender que pusessem os desempregados a arranjar jardins, a limpar matas, entre outras coisas, o que de facto não correspondia inteiramente à verdade (pelo menos assim espero).
    Ainda assim, defendo a ideia de que o subsídio de desemprego é semelhante a um seguro: todos os meses os seus beneficiários pagaram o "prémio" do seguro (seg. social) para, na eventualidade de um "acidente" terem direito a serem ressarcidos. E PPC também devia saber que há regras que os beneficiários do SD têm de cumprir, entre elas procurarem emprego (naturalmente que todas as regras têm fragilidades, esta também tem, mas factos são factos...)
    De qualquer modo, isto daria uma grande discussão!
    Beijinho,
    Joana R.

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