segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Carnaval


O carnaval nasceu pelos mão dos Gregos como sendo uma festa de agradecimento aos deuses pela fertilidade. Eram festas cheias de prazeres carnais e como tal (entretanto nasceu a igreja) condenados pelos Homens de Deus.
Hoje em dia, para se falar do Carnaval é obrigatório falar da Páscoa Cristã. A partir da Páscoa todas as festas (menos o Natal) são marcadas e por aqui dá para perceber a importância desta. O processo é curioso: a partir do equinócio de primavera observa-se a Lua e no primeiro domingo depois de esta estar cheia é festejado a ressurreição de Cristo. A partir daqui é só subtrair 40 dias e chegamos à 4afeira de cinzas, o primeiro dia da Quaresma, marcada pelo jejum e pela disponibilidade de pobreza. Precisamente o dia anterior (em algum sitio são 3 ou mais) é o Carnaval, cheio de excessos, supostamente para ganhar créditos de "festa" para os dias de sacrifício que se seguem.
Os festejos que hoje conhecemos com desfiles são originais de Paris, nascidos pelos meados do séc. XIX. A partir daqui exportou-se a ideia para o mundo. Festas como as do Rio de Janeiro ou de Torres Vedras (lol) não seriam assim se não fossem os franceses. O Carnaval de Veneza, com muito mais história, assenta noutro pressuposto que é o do disfarce para a igualdade de classes: aqui apenas se encontram máscaras (nada de carros e de bonecos gigantes e de desfiles) e dura geralmente 10 dias!
Este ano, aconteceu que o carnaval e o dia dos namorados quase se sobrepuseram. Se pensarmos um pouco, Portugal nunca teve tradição destes dois momentos mas, em Lisboa, se formos pouco mais fundo encontramos uma outra que aglutina tudo: os Santos ou a Festa de Santo António, pelo Verão. Aqui sim, festeja-se a consagração do Matrimónio e a festa é rija, cheia de cores e desfiles e trajes a rigor.

Faz mesmo sentido festejarmos o carnaval à brasileira/parisiense e o dia dos namorados à americana?

tj

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