PEC

Não percebo nada de economia mas acredito ter algumas noções políticas e, acima de tudo pauto-me pela coerência (se quiserem esclarecimentos teria todo o gosto em dá-los, s!). Já o nosso PM e seu seguro de vida (Teixeira do Santos) parecem não perceber se quer daquilo que eu, mais ou menos, vou captando. Ora, no ano passado, tivemos uma campanha eleitoral com estes dois grandes chavões, entre outros:
-TGV para estimular a economia e criar riqueza e conexão com a Europa, absolutamente fundamental para o desenvolvimento do país
-Não aumento dos impostos (durante esta legislatura, salvo erro)

Uns meses depois o que se vê é, na apresentação do PEC, o adiamento de uma das linhas do TGV e a redução das deduções dos impostos. Pergunto-me eu: isto não é contraditório?! Das duas uma: ou JS fez uma campanha sincera e não percebe nada de economia e tem a vista bastante curta (e aluada) ou fez uma campanha desonesta a prometer aquilo que sabia não ser possível e percebe de economia. A avaliar pelas medidas apresentadas ontem, a 2ª opção é a mais próxima da realidade mas de qualquer maneira, nenhuma é digna de um PM. Então o homem já sabe o que se aproxima e promete o contrário? Faz lembrar os tais 150.000 mil empregos públicos que ia criar ha 5 anos isto... E então o que é que vai acontecer a este país sem os "investimentos absolutamente fundamentais para o seu desenvolvimento"? Vamos cair em desgraça ou esses investimentos não são assim tão fundamentais? Enfim, por um lado podemos acusar o PM de incoerência mas por outro lado não podemos, uma vez que tem vindo sempre a seguir a mesma linha de acção: a incoerência (bonito jogo de palavras). Já nem se pode dizer que teve coragem de voltar atrás na sua palavra, para o bem de Portugal, porque, de certo, sabia que o ia fazer e porque põe em causa a sua linha de pensamento (investimento público sinónimo de retoma). Resta ainda dar o toque no aumento abaixo da inflação/congelamento dos salários dos funcionários públicos ou das empresas públicas. Já várias personalidade confessaram acreditarem que é insuficiente, que é preciso cortar nominalmente. Não percebo muito destes números mas às tantas tendo a acreditar mais nas várias oposições (partidárias, sociais, bom-sensiais, etc) que no governo.

É de salientar que o PSD sempre se debateu contra qualquer linha de TGV e sempre defendeu o aumento, se necessário, dos impostos (ou redução de deduções). Mais uma vitória política da MFL. Não me venham agora com greves uma vez que quem o pôs no poder há mais de 5 anos foi Portugal.

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Recebido no Miguel SF
tj